terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Festas virtuais agitam o réveillon

Habitantes de mundos online, como Second Life e Ragnarök, preparam-se para passar a virada dentro dos jogos

Por Diego Assis

Como muitos brasileiros, o paulistano Rafael de Agostini Ferreira, 26, irá passar o réveillon deste ano no litoral. Com um grupo de amigos, ele pretende caminhar durante cerca de 40 minutos, atravessando florestas, vales e até desertos para chegar à Praia de Comodo.

Mas nem adianta procurar: a tal praia não existe nos nossos mapas. Fica em um endereço virtual conhecido apenas pelos jogadores de Ragnarök, game online que já atinge 800 mil brasileiros e espera ter pelo menos 10 mil conectados no ano-novo, com direito a confraternização e pirotecnias mil.

Outros “mundos” online, como World of Warcraft, com seus impressionantes 5 milhões de jogadores, e Second Life, também preparam eventos especiais para a data. Na versão brasileira da Vatsim, comunidade de amantes dos simuladores de vôo, podem ser encontrados pacotes especiais de réveillon, com saídas para Salvador, Nova York e até San Martin, no Caribe. Tudo virtual, claro.

“Todo mundo se organizou para passar o Natal com a família para ficar livre no ano-novo”, conta Rafael Ferreira que no RPG medieval Ragnarök assume a personalidade do cavaleiro Leafar, líder da guilda (grupo de jogadores) Ordem do Dragão, hoje com 40 membros.

“Ao invés de ir atrás de aventuras e procurar tesouros, a gente escolheu um lugar bem bonito (a praia virtual de Comodo) e vamos ver a queima de fogos de lá”, conta ele, que, depois da virada virtual, pretende desligar o computador e correr para a Praia Grande, para curtir seu primeiro dia do ano offline.

Já João Paulo Chaccur, 30 anos, outro cidadão virtual de Rune-Midgard, território imaginário onde se passa Ragnarök, só não vai molhar os pés fisicamente neste ano porque não pode: “Normalmente, eu passo o réveillon em Florianópolis ou no Litoral Norte, mas, desta vez, estou com uma filha de 8 anos em casa e nem a um restaurante poderei ir”, comenta Chaccur, mais conhecido entre os jogadores como Mr. Val, o “arruaceiro”. Nada de arruaça, papai. “O jeito vai ser ficar em casa jogando”, conforma-se.

A idéia de promover algo diferente para a temporada de festas deste ano partiu dos administradores de Ragnarök – originalmente um jogo coreano – no Brasil. “Em 2004, não tínhamos preparado nada especial, mas as pessoas foram aparecendo, se confraternizando, contando como tinha sido o dia delas”, lembra Julio Vieitez, gerente da Level Up!, que trouxe o jogo, ao País em outubro de 2004. “Chegamos a ter 5 mil usuários conectados em plena virada. O que, para aquela época, era um número surpreendente.”

A fim de ajudar as pessoas a entrarem – ou não saírem – do clima, neste 2005/2006, a empresa resolveu criar seus próprios fogos de artifício. Desde o dia 28, monstros especiais irão circular pelo jogo carregando os rojões. Qualquer um que derrotá-los poderá ficar com os explosivos e mandá-los pelos ares na hora da virada.

Em Second Life, comunidade virtual alguns anos mais antiga que Ragnarök e direcionada a um público mais maduro, os fogos de artifício também devem marcar o céu deste dia 31.

“Os fogos melhoram a cada atualização (de software)”, afirma Wagner James Au, jornalista americano que há tempos acompanha de perto a “vida” de Second Life. Na agenda de eventos desse mundo virtual estão programadas “festas do branco” e até uma contagem regressiva “caliente” em Lakeville. “É algo bem parecido com a vida real: as pessoas vêm, dançam, beijam, soltam fogos ...”

O ingresso para passar o Réveillon em Second Life
é quase gratuito: basta fazer o download do programa em www.secondlife.com, instalar no seu PC e solicitar uma conta livre de cobrança. Entrar em Ragnarök (www.levelupgames.com.br) também é fácil, mas é cobrada uma mensalidade para jogar.

Só que, para não travar no meio da contagem, em ambos os casos, é importante ter uma conexão veloz à internet.

2 comentários:

Anônimo disse...

ah, não curto muito isso de festa virtual...mas eae pessoal, onde vai ser a festa de reveillon do lambida?

Jorge Ramiro disse...

Os movimentos virtuais são impressionantes. Meu avô, há 80 anos nunca teria imaginado que haveria internet. Ele tinha alguns restaurantes em sao paulo, agora você pode solicitar entrega online. Tudo o que você comprar online.