sexta-feira, 31 de agosto de 2007
Manual de redação do Último Segundo está online
Interessante para análise dos formatos utilizados por sites que trabalham especificamente com produção jornalística para internet.
http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo_virtual/2007/08/31/ultimo_segundo_publica_seu_manual_de_redacao_985595.html
Blog: pesquise o serviço mais adequado

Blogger é um dos blogs preferidos
O primeiro passo na hora de criar um blog é a escolha do serviço de hospedagem do site. Preferido pelos blogueiros mais experientes, o Blogger (www.blogger.com) é inteiramente gratuito. Apesar de não oferecer um mecanismo para colocar imagens nas páginas integrado com o publicador, o serviço utiliza um software, o Hello, para redimensionar, armazenar e colar as imagens nos blogs automaticamente. Basta baixá-lo e procurar pelo recurso BloggerBot.
No site do Blogger – que, com a exceção da página inicial, é todo em inglês – é possível encontrar informações para operá-lo. Apesar de extremamente fácil de usar, quem não domina o inglês pode encontrar dificuldades nesse e em outros serviços não traduzidos.
Nesse caso, a solução é optar pelos serviços brasileiros. Na comunidade Link (http://link.estadao.com.br) é possível criar um blog bastante simples, gratuitamente. Blogs mais sofisticados estão disponíveis nos portais como Terra (http://weblogger.terra.com.br) e no iG (http://blig.ig.com.br). Em ambos a versão paga custa R$ 9,90. O Terra oferece dois megabytes de espaço e um publicador integrado com o Word. O iG oferece 10 megabytes de espaço livre. A versão gratuita do iG dispõem de um megabyte de espaço, e a do Terra 720 Kb.
Já a versão gratuita do UOL Blog (www.uol.com.br/blog) tem apenas quatro megabytes de espaço para armazenamento. No entanto, assinantes do portal têm direito a 30, 50 ou 100 megabytes, de acordo com a assinatura. A ferramenta utilizada pelo portal possibilita ainda enviar posts pelo telefone celular, via SMS.
Dono da marca Blogger no Brasil (www.blogger.com.br), o portal Globo.com é o único que não oferece uma versão de sua ferramenta para não assinantes. Para quem é assinante, o serviço tem a vantagem de ser um dos pioneiros do Brasil.
quinta-feira, 30 de agosto de 2007
Celulares que comunicam ainda mais
A criação desse aparelho foi pensada com o intuito de facilitar o envio, compartilhamento e visualização de fotos e vídeos. O celular ainda tem tela sensível ao toque e um atalho para enviar vídeos ao site do YouTube.
A LG Electronics espera conquistar uma fatia de 10 a 15% desse segmento dentro de um ano. O anúncio ocorreu em Berlim, durante a maior feira de produtos eletrônicos da Europa, a IFA.
Será que o celular, já utilizado intensamente na programação jornalística das emissoras de rádio, vai também fazer parte do webjornalismo e do telejornalismo?
quarta-feira, 29 de agosto de 2007
Cheiro bom na web
Isso será possível dentro de 10 anos, de acordo com um relatório do governo sul-coreano. A Coréia do Sul está à frente nas pesquisas tecnológicas e agora se preocupa em descobrir o que os consumidores esperam das tecnologias futuras.
Em matéria veiculada pela BBC Brasil , especialistas estão trabalhando para que a internet possa transmitir informações a respeito de cheiros que ativariam um dispositivo remoto, reproduzindo, portanto, o cheiro descrito.
Com tantos atrativos para o internauta, qual será o futuro dos impressos? É de se pensar!
Blog do BEM!!
"O blog Flit Paralisante, criado e mantido pelo delegado da polícia civil paulista Roberto Conde Guerra, é um exemplo do que podem vir a ser esses novos formatos de comunicação online.
Sua técnica é simples, como as primeiras lições de investigação que os repórteres recebiam quando reportagem era um elemento importante do jornalismo: ele observa sinais externos de riqueza de policiais, calcula equivalências de renda ao longo do tempo e levanta indícios de enriquecimento ilícito. Também costuma analisar o comportamento de grupos de policiais durante a investigação de casos importantes, detectando ações de dissimulação que podem revelar culpabilidades.
A partir de uma denúncia no blog de Roberto Conde Guerra, o Ministério Público iniciou investigações que culminaram com a decretação, pela Justiça de São Paulo, do seqüestro de uma mansão avaliada em 1 milhão de reais, registrada em nome de uma das filhas do delegado seccional de Santos, Elpídio Ferrarezi. O juiz de Bertioga acatou pedido do MP em um inquérito que investiga o envolvimento do delegado seccional com a máfia dos caça-níqueis. A casa, no balneário Riviera de São Lourenço, não pode ser negociada nem usufruída pelos proprietários até o final das investigações.
Discussão de regras
A rigor, esse é um exemplo de como a tecnologia pode criar pontos difusos de concorrência com os veículos tradicionais da imprensa. Isoladamente, ou em mãos de pessoas sem credibilidade ou fortemente marcadas por suas opiniões, esses novos formatos de comunicação online pouco podem acrescentar ao cenário da mídia de informações. Mas, quando administrados por profissionais em cujos critérios se pode, em princípio, confiar, eles entram no universo próprio da imprensa.
Com sua capacidade de investigar bastante reduzida, em função dos sucessivos cortes de custos que amputou as redações e afastou da maioria delas os jornalistas mais experientes, a imprensa tradicional começa a sofrer a concorrência mais efetiva, da qual o blog do delegado pode ser considerado um exemplo. Mas também pode se beneficiar dela, se souber agregar à sua constelação de fontes alguns desses pequenos asteróides informativos.
O fenômeno do crescimento dos blogs com certa credibilidade é mais perceptível no noticiário financeiro. Jornalistas especializados e economistas costumam oferecer informações e análises sobre negócios, muitas vezes abordando fatos que influenciam o mercado de ações e títulos. O efeito dessa comunicação é tão crescente que a Comissão e Valores Mobiliários (CVM) e outras instituições vinculadas à regulação dos negócios em bolsas de valores discutem a criação de regras que poderiam extrapolar do ambiente do mercado e invadir a atividade jornalística."
Talvez a partir de informações bem fundamentadas, quem sabe nosso blog não torna-se um formador de opinião respeitado no universo virtual e jornalístico?
Abraço a todos!
terça-feira, 28 de agosto de 2007
Lançamento da Revista da Semana
O principal diferencial da revista em relação a outras publicações semanais é o formato. O projeto prevê a leitura da revista em 45 minutos. Os textos são mais curtos e objetivos, buscando atender às pessoas com pouco tempo de exercitar a leitura. A Revista da Semana contará com estrutura editorial fixa, composta basicamente de texto, sem infográficos e tabelas, nem reportagens especiais ou entrevistas exclusivas.
Diante de tal informação, proponho uma reflexão: não seria, essa, uma influência dos textos de web nos meios analógicos? De que forma a Internet está impulsionando mudanças nos meios tradicionais de comunicação?
Mais informações:
http://cidadebiz.oi.com.br/paginas/40001_41000/40064-1.html
http://voxeditora.typepad.com/vox/2007/07/abril-lana-revi.html
No site da Abril ainda não há informações.
domingo, 26 de agosto de 2007
Editores de linguagem HTML gratuitos
Por um jornalismo mais saudável
Ainda não li o livro, mas já está encomendado.
A opção de Meyer, a julgar pela introdução, possui um viés histórico-evolucionistas, ou, como ele mesmo explica, "(...) uma tentativa de isolar e descrever os fatores que fizeram o jornalismo funcionar como negócio no passado e manter o que pode continuar a fazê-lo funcionar em meio às mudanças tecnológicas do presente e do futuro" Mas é preciso ler o livro antes de dar uma opinião mais consistente, o que será feito assim que ele chegar às minhas mãos. A obra de Mayer vem avalizada por Ricardo Noblat.
sexta-feira, 24 de agosto de 2007
Sobre o Fim da Revista Bizz

Uma das últimas capas
Claro que a história causou o maior rebu na maior comunidade da revista no Orkut. Antigos leitores discutiram em longos fóruns a existência da revista física e a falta que esta fará no mercado de magazines.
Esse fato vem bem a calhar com o que foi falado na última aula - especialmente no que se refere as potencialidades do jornalismo web. Eu era fã da Bizz e a comprava mensalmente. Agora, mal entro no site. E vocês, como se comportariam em relação às suas publicações preferidas?
Jornalismo Digital
Os jornalistas que escrevem para web hoje quase não saem mais a “caça” de matérias ou quando têm a pauta dificilmente entram em um carro e vão apurar as informações. Toda a pesquisa e checagem com as fontes ficam por conta das agências de comunicação ou simplesmente via telefone.
O profissional que se destina a trabalhar com o jornalismo on-line precisa saber não só escrever, mas adaptar o texto ou reescrevê-lo conforme as preferências desse tipo de leitor, além de ter que usar recursos como editores de imagens e textos, que exigem certo conhecimento. O novo profissional que entra no mercado precisa ter em mente que o mesmo exige que ele seja multimídia, que escreva, edite e publique o que escreve.
Abraço, Rafael!
Novo Folha Online
Há de se observar, nessa mudança, a tendência do webdesign para o jornalismo on-line. Embora saibamos que conteúdo seja o principal produto de empresas de comunicação, a layout se faz bastante importantes principalmente como ferramenta para conquistar o público.
No entanto, o que mais me chamou atenção no novo portal é a propaganda em forma de banner na parte superior:
"Você está acessando o novo site da Folha Online. Mais moderno, mais fácil de navegar e com a mesma credibilidade. Seja Bem-vindo e aproveite."
Com publicidade tão explícita, será que ainda preciso falar alguma coisa?
Quem quiser ver as novidades da Folha Online, pode conferir a matéria entrando em:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u321402.shtml
Sempre há lugar para o Repórter
Com a frase extraída do prefácio do livro "A vida que ninguém vê" (Eliane Brum), gostaria de abrir uma reflexão para o papel do repórter/jornalista. O jeito que que a autora conta as histórias no livro comprova que o suporte (web, jornal, livro,...) é apenas um detalhe: a diferença está mesmo na capacidade de enxergar o tema diferenciado e a qualidade com que se apresenta isto para o público. Até porque seus textos saíram na Zero Hora e depois viraram livro. E imagino que tenham invadido a internet também. Ou seja, coube em mais de um suporte.
O leitor, ouvinte, telespectador ou internauta vai se motivar e tirar um tempo para ler, ouvir ou assistir uma reportagem bem elaborada. Quem de nós não gosta de uma boa história quando bem contada? Como estudantes de jornalismo jamais devemos fechar os olhos para os avanços tecnológicos ao nosso redor, porém é imprescindível que estejamos ainda mais atentos (e nos preparando sempre!) para escrever cada dia melhor. Sim, escrever, porque indiferente do suporte que tua matéria/reportagem for veiculada, sempre haverá um texto.
E para escrever com conhecimento de causa e consistência, é preciso arregaçar as mangas e ir à luta. Afinal, lugar de repórter é na rua. E sempre haverá espaço para o repórter que está disposto a vasculhar uma boa história, algo diferenciado, muitas vezes escondido no simples, debaixo dos nossos olhos.
Por mais rápido que o mundo fique, por melhor que seja a tecnologia, por mais que mudem os meios ou suportes, a função do repórter/jornalista continuará existindo. Afinal, para que haja conteúdo no jornal, no site, na revista, no livro, na tv e no rádio, algum repórter, em algum lugar do planeta, terá que estar verificando esta notícia in loco. Ou será que as notícias cairão do céu?
Mudando de canal
Compreendo que a preferência da disciplina possa ser o jornalismo de texto e foto, mas proponho uma reflexão sobre rádio digital, tv digital, ... Detenho-me, pois, ao rádio digital. No mês de junho deste ano li artigo do site Sulrádio sob o título "A dura realidade sobre o nosso rádio digital".
O texto - talvez ainda bastante fechada às novas tecnologias - nos remete a uma análise e merece a nossa atenção. Em síntese, relata a indefinição do quadro e aponta que o rádio digital demorare bastante para chegar de fato até os ouvintes, porque os investimentos são elevadíssimos. Somente algumas emissoras operam em fase de testes, mantendo o sistema tradicional paralelamente no ar.
Será que o rádio digital vai ser tão melhor assim? Leia o texto na íntegra (veja link) e tire suas próprias conclusões, porque eu ainda prefiro aguardar mais um pouco para emitir um juízo. Aliás, existe juízo (sentença) final para algo nos dias de hoje?
http://www.sulradio.com.br/atualidades/atualidade_17035.asp
quinta-feira, 23 de agosto de 2007
Novidades no ciberespaço
Como novidade, recomendo a leitura da reportagem "O espaço ao alcance do mouse", publicada na Zero Hora desta quinta-feira, dia 23 de agosto. Uma nova versão do google earth permite navegar pelo espaço como se fôssemos como um telescópio virtual. Segundo consta, o programa Google Sky permite navegar por 100 milhões de estrelas individuais e 200 milhões de galáxias.
Será este o controle total sobre o planeta? O que ainda haveremos de ensinar para os alunos nas escolas do futuro? Com tanta informação disponível, como faremos para tornar nossa produção mais atraente? Talvez diante de toda esta disponibilidade, quem sabe não voltará a ser a educação a base de tudo, acima do ensino e das teorias disponíveis para qualquer um que está em rede?
A educação é primordial para a formação de cidadãos (tão raros em nosso País) e também a base da constituição dos profissionais jornalistas, que serão formadores de opinião na sociedade em que interagem, portanto, contribuindo com este processo de saturação de informações e também de educação e formação de "verdadeiros cidadãos".
Por falar nisso, qual é mesmo a função maior da imprensa? Trata-se de apenas informar? Consta nas regulamentações a necessidade de contribuir com a educação e cidadania da sociedade. Quantos dos nossos meios e profissionais sabem disso ou estão preocupados com isso?
São questões sobre as quais, enquanto estudantes, precisamos refletir e tomar ciência antes de pôr em prática nossas habilidades jornalísticas.
O acesso à matéria é possível através do site http://www.clicrbs.com.br/jornais/zerohora/jsp/default.jsp
quarta-feira, 22 de agosto de 2007
Metamorfoses jornalísticas
Participam dele, ainda, Carlos Eduardo Franciscato, José Afonso da Silva Júnior e José Carlos Correa, de Portugal. O prefácio é de Alfredo Vizeu. A idéia é discutirmos os mecanismos por meio dos quais os jornais estabelecem seu diálogos, complexificando-se.
terça-feira, 21 de agosto de 2007
Credibilidade: é este mesmo o problema???
Outra: A imprensa e a democracia caminharam juntas, segundo Wolton, com o objetivo de garantir a liberdade de informação, a legitimidade da imprensa e do jornalismo. Hoje, o essencial está conquistado: a imprensa e a informação são legítimas nos países ocidentais, a despeito de existir uma relação de força entre política e imprensa. O autor discorre sobre três vitórias, que seriam o ponto de análise para as contradições a serem resolvidas. A vitória política, que concede aos jornalistas e à informação o centro da democracia, onde as relações de força não ameaçam esta conquista, uma vez que ao longo da história a imprensa conseguiu pressionar o poder político, através da opinião pública, para conseguir o que queria. A vitória técnica, que permite ao jornalismo obter e disponibilizar informações praticamente em tempo real, e a vitória econômica, firmando-se como um dos setores mais lucrativos da economia ocidental.
A grande contradição apontada por Wolton que surge, apesar da tríplice conquista da imprensa, é que o discurso argumenta e luta para defender o que se defendia no século passado, quando hoje, na verdade, o problema não é mais a falta de liberdade da informação e sim o excesso dela, que torna sua gestão o ponto central a ser analisado.
A imprensa, em vez de assumir uma certa autocrítica em relação aos erros de sua própria vitória, faz como se ainda estivesse sendo ameaçada em sua existência legal. Apresenta-se tão frágil como em 1850, ao mesmo tempo que sucumbe às miragens do “quarto poder”. Os jornalistas, em vez de reconhecerem que a técnica facilitou a produção da informação, continuam invocando as complicações “técnicas” da profissão. As imprensa, ao invés de reconhecer que hoje o problema não é mais a liberdade política da informação mas o peso da economia e de seus efeitos na liberdade de informação, persiste em querer batalhar no plano político e em perder, no plano econômico, títulos, jornais, rádios e, amanhã, televisões e novas mídias passando de um proprietário a outro, ao sabor das concentrações e fusões. (Wolton, 2004, p. 264)
A informação já não é um bem raro e a grande problemática é o jornalismo tratar como se fosse, ignorando que a dificuldade é justamente o estatuto da informação num universo saturado.
Elise
segunda-feira, 20 de agosto de 2007
Impressos aliados à web
Exemplo bem-sucedidos de aliança entre impresso e web são as revistas Superinteressante e Mundo Estranho. Além de terem uma postura mais dinâmica e diferenciada no próprio material impresso, ainda usam a internet para criar situações novas para seus leitores, que podem realmente interagir com as edições. É uma união acertada que traz frutos para a revista e para os leitores.
É claro que não podemos ser meros entusiastas dessa idéia e acreditar que ela é perfeita. Não. Ainda há muito por fazer em termos de webjornalismo, já que mesmo a Superinteressante ainda possui vários padrões analógicos em sua webrevista. Mas já é um passo adiante nessa caminhada ainda desconhecida.
É importante lembrar também que quando uma revista conceituada como a Super se alia como a internet leva consigo a credibilidade contruída ao longo da "carreira" de revista impressa. Ou seja, além de dar mais qualidades ao seu produtos, não enfrenta de maneira tão intensa o problema da falta de credibilidade.
Visitem os sites dessas revistas:
http://super.abril.com.br/super2/home/
http://mundoestranho.abril.com.br/home/
Sobre a credibilidade jornalística
Vamos analisar a postura do Estado de S. Paulo frente aos blogs: mais que mera antipatia, quer me parecer que seja uma reação natural entre o que é antigo e o que é novo. Ou seja, o ESP, de uma forma ou de outra, sente-se ameaçado (também) corporativamente pelas novas formas de jornalismo e, ao fazê-lo, ataca no lugar de tentar compreender e avançar, como seria de se esperar de um veículo com esta importância e projeção.
Se observarmos, por outro lado, como se construiu o conceito de credibilidade, veremos que esta postura pode ser compreendida, ainda que criticada no que ela tem de reducionista.
O conceito de credibilidade jornalística, espinha dorsal da profissão, tem sua origem em algum lugar do século 17, quando os jornais, livres da censura, passaram a circular sistematicamente, adquirindo periodicidade e estabelecendo vínculos mais estreitos com as comunidades em que se inseriam. Tornando-se, assim, jornais.
O constructo é caracterizado, entre outros, pela
a) força dos argumentos;
b) pelo reconhecimento da autoridade do autor destes argumentos,
c) pela evidência de se tratar de um algo elaborado por um ou mais agentes com acesso ao momento em que as ações/decisões ocorrem,
e, finalmente,
d) pela aceitação, ainda que difusa, de sua isenção (distanciamento dos interesses), que se relaciona a seu acesso ao fato como observador.
Observe-se que o conceito de credibilidade acima descrito aplica-se principalmente a jornais impressos, revistas, rádios e televisões; suportes que operam com uma lógica operacional em que a referencialidade é externa. Ou seja, onde o escopo; o alimento encontra-se em algum lugar para além das redações. É preciso, portanto, buscá-lo; elaborá-lo; para somente então torná-lo um produto jornalístico.
Ocorre que, com a expansão da rede como suporte para a atividade jornalística – e os webjornais parecem ser a face mais visível deste momento evolutivo, particularmente nos links onde as notícias são atualizadas constantemente –, esta lógica, de matizes produtivas – mas também culturais –, sobretudo próprias da modernidade, começa a sofrer alterações substanciais. Basicamente porque a internet representa um espaço diferenciado dos demais.
E é justamente neste ponto que, penso, devemos fixar nossa atenção: na diferença, antes como elemento de constituição identitária do que como forma de diferenciação/sobreposição.
Diogo, meu bom amigo, vamos aproveitar para, sempre que postarmos algo, disponibilizarmos também um link para a fonte da notícia, explorando, assim, a potencialidade do suporte.
Grande abraço!
Opa!!..Alto Lá!!!
Em link retirado do Observatório de imprensa (Carlos Castilho - post in 17/08/07) o Jornal O Estado de São Paulo resolveu ironizar os weblogs na tentativa de mostrar que eles não merecem ser lavados a sério, numa campanha onde o alvo indireto é o fortalecimento da credibilidade do veterano órgão da elite quatrocentona de São Paulo. Abaixo segue trecho do post de Castilho.
"A iniciativa revela mais as preocupações do Estadão do que as debilidades dos weblogs em matéria de confiabilidade e exatidão das informações que publicam.
Se o jornal quisesse mesmo prestar um serviço ao público teria enfatizado a necessidade de um posicionamento crítico, em vez de uma inútil tentativa de desqualificar um canal de comunicação adotado hoje por quase 70 milhões de pessoas em todo mundo, inclusive pela maioria dos jornais.
Os blogs não estão acima de qualquer suspeita em matéria de veracidade das informações que publicam. Muito menos jornais, como o Estadão, porque é crescente a consciência de que o conteúdo de todos os veículos de comunicação deve ser visto de forma crítica, o que não significa hostilidade e nem desconfiança.A desastrada campanha publicitária do Estadão provocou a reação imediata da comunidade de blogueiros. Alguns deles chegaram a pegar pesado, como o Banda Podre, que usou o episódio Pimenta Neves, que nada tem a ver com a questão da credibilidade do jornal.
A realidade contemporânea se tornou demasiado complexa para ser condensada nas páginas de um jornal, revistas, no noticiário radiofônico ou nos telejornais. Em vez de se preocupar em desacreditar concorrentes ou blogs, o Estadão deveria começar pelo próprio quintal, porque só assim ele poderia mostrar o caminho para busca de solução de um problema que é um desafio para toda a imprensa e também para os blogs.
A questão da credibilidade nos meios de comunicação é muito mais séria do que as piadinhas dos spots publicitários do Estadão. Ela não vai ser resolvida com ironias, que servem apenas para mostrar a falta de informação do jornal sobre a complexidade da comunicação contemporânea."
E nós futuros jornalistas, que vimos a internet e os meios de informação que ela disponibiliza como ferramentas de aprimoramento e exatidão?..Será que nosso blog, por exemplo, não é confiável?..Não possue credibilidade suficiente para repassar tais informações?
Talvez ai esteja questões para serem discutidas. A que ponto o meio virtual de informação, pode ser tratado com exatidão naquilo que informa?
Abraço a todos...
domingo, 19 de agosto de 2007
As notícias e o lugar das pessoas nas notícias
A interface do EMM News Explorer é bastante amigável e extremamente útil, à medida que pode ser utilizada em nossas pesquisas e para além destas.
Por pura preguiça (hoje é domingo...) transcrevo parte do comentário do Palácios sobre o dito: "Há um sumário com atualização a cada 10 minutos, mas o foco do site são as análises e agregação de detalhes em cada notícia. Por exemplo, clicando-se no título de uma notícia, o leitor tem informações sobre: lista de outros artigos sobre o mesmo tema, lista de países, cidades, pessoas e outras entidades mencionadas, lista de notícias relacionados na mesma língua e em outras línguas da Comunidade.
Além de distribuição geográfica da origem da informação, podem ser acessados vários outros indicadores, na forma de tabelas e gráficos: línguas originais das notícias mais importantes veiculadas, temas dos alertas noticiosos diários e em períodos de duas semanas.
Há também uma cronologia (timeline) que permite seguir as principais notícias desde 2004 até o presente e recuperá-las para a leitura, funcionando como um arquivo de temas jornalísticos recentes e um indicador de agendamento midiático."
sábado, 18 de agosto de 2007
links
1ª) procurando dados para fazer um trabalho de outra disciplina, encontrei esta notícia, que achei interessante. Os futuros jornalistas devem estar ligados no tema pois são tratados diariamente no desempenho da função. Também sugiro que a coordenação do curso dê uma olhada com carinho na notícia, afim de proporcionar algo semelhante.
No curso de jornalismo da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) está sendo oferecida a disciplina Jornalismo de Políticas Públicas Sociais. A intenção é estimular os alunos a fazerem uma reflexão crítica sobre os diversos aspectos que envolvem a cobertura jornalística de políticas sociais, inclusive na área da infância e adolescência. O objetivo é promover a construção de propostas para modificar as agendas, pautas e briefings das empresas de Comunicação, de maneira que as questões sociais ocupem cada vez maior espaço e tenham maior possibilidade de discussão na mídia.
Mais informações: www.eco.ufrj.br/portal/news/noticias/2007/mar/noticia323.htm
2º) uma entrevista no site http://www.baguete.com.br/entrevista.php?id=133, de 2006. A data parece se tratar de algo ultrapassado, mas o conteúdo é bem atual.
o uso desta tecnica
esta é a minha primeira participação neste blog. Não contribuí antes porque estava tomando conhecimento do assunto, já que não tinha o hábito de escrever em espaços como esse.
Desta forma, estou reconhecendo a importância do espaço, mas me conflitando com algumas questões. Mesmo estando na Era Digital, o sistema analógico toma a maior parte do meu trabalho.
Na aula, debatemos o Webjornalismo, com a utilização do ciberespaço, entre outros. No trabalho que desenvolvo diariamente, ainda é primordial o contado 'face a face' com a fonte, podendo ser feito, em algumas vezes, através de e-mail e telefone. Reconheço que o e-mail integra o ciberespaço, mas a utilização deste ainda é restrita para o trabalho que desenvolvo: escrever para mídia impressa. Serve como suporte para envio de sugestão de pauta, agendamente de entrevistas, troca de informações com os colegas. A utilização do ciberespaço é feita para, além da questão já citada, pesquisar, também. Na mídia impressa a quem dedico cinco horas do meu dia ainda não são claras as questões da interatividade, personalização, instantâneidade. Por aqui, o jornalismo digital é feito apenas, através da transposição. Durante as aulas, fico tentando imaginar qual é a forma que o webjornalismo deve assumir para não suprimir de vez a utilidade do jornal impresso.
mas bola pra frente. O campo está em estudo, tanto por mim, quanto pelos pesquisadores, e o espaço está aí para ser explorado, basta dedicação. Como afirma Milton Santos "uma técnica nunca aparece só e jamais funciona isoladamente" e as técnicas "na medida em que, em um primeiro momento, são um produto da história, e, em um segndo momento, elas são produtoras da história, já que diretamente participam desse processo".
sexta-feira, 17 de agosto de 2007
Comunicação digital
A Coca-Cola lança no Brasil a campanha mundial Viva o Lado Coca-Cola da Vida, convidando as pessoas a viver com otimismo. Além de ter contado com a participação de profissionais de vários países no seu desenvolvimento, essa campanha traz uma série de inovações como, por exemplo, filmes criados especificamente para a Internet, com uma linguagem bem característica.A estréia do comercial para TV “Fábrica”, uma animação com um minuto de duração, será veiculada em rede nacional a partir de 5 de outubro, marcando o início da campanha. A linguagem utilizada nos filmes (TV e Internet) e nas peças gráficas são diferentes de tudo o que a marca fez até hoje.Os comerciais para TV e Internet trazem animações diferenciadas – produzidas por estúdios de vanguarda no mundo nesse formato de comunicação – e uma linguagem mais irreverente.O grafismo empregado nas peças de outdoors e mobiliário urbano, ricas em cores, propõe uma interação da consagrada garrafa contour com elementos do dia-a-dia, sugerindo o lado Coca-Cola da vida em diferentes situações e momentos.A diversificação de mídias, com grande ênfase em Internet, é outra característica marcante da campanha e consolida uma tendência de maior conectividade com o público através de novos meios na comunicação de Coca-Cola.Pela primeira vez na história de campanhas da marca, foram desenvolvidos filmes exclusivos para Internet. A campanha também veiculará comerciais em cinema e spots em rádio.Além do conjunto de propagandas e dos elementos lançados no Brasil, mais comerciais e ferramentas de comunicação estarão disponíveis para veiculação local. “A idéia central da campanha é inspirar os consumidores a terem uma atitude ativa e positiva em relação à vida e a se abrirem para novos horizontes e possibilidades, tornando o seu mundo melhor e mais feliz”, afirma Marisol Angelini, vice-presidente de Marketing da Coca-Cola Brasil.“Mais do que celebrar bons momentos, a nova campanha visa a reforçar a presença constante de Coca-Cola na vida das pessoas, convidando-as a olhar o lado positivo. A campanha busca inspirar os consumidores a construir e viver efetivamente esse lado positivo”, comenta Ricardo Fort, diretor de Marketing da Coca-Cola Brasil.A campanhaA campanha Viva o Lado Coca-Cola da Vida foi criada pela Wieden & Kennedy, a agência global oficial para a marca Coca-Cola. No Brasil, a campanha estreará com quatro filmes exclusivos para TV, quatro filmes exclusivos para Internet e uma série de peças gráficas, para outdoors, intervenções e mobiliário urbano.Mas a Divisão Brasil de Coca-Cola tem à sua disposição mais filmes e peças para serem usados posteriormente em outros momentos da campanha.Os filmes que estão sendo lançados no país foram adaptados para veiculação local pela agência McCann Erickson, que também criou uma peça gráfica exclusiva para o Brasil.“Fábrica”O filme “Fábrica” é uma animação inovadora, que mostra como é a “fábrica de felicidade” que produz cada garrafa dentro de uma máquina de Coca-Cola. O filme tem encantado os consumidores nos países em que já é veiculado e se tornou sucesso de citações e acessos online, em sites como Google e YouTube. O comercial, com duração de um minuto, utiliza recursos gráficos e personagens que ajudam a transmitir ao público a magia e o fascínio que está por trás do simples ato de comprar uma Coca-Cola em uma máquina.“Fábrica” foi criado pela agência Wieden & Kennedy. Na parte de produção do filme, participaram as agências Psyop, de Nova York, responsável pela animação, e Hungryman, que responde pela atuação. A adaptação do filme para o Brasil ficou a cargo da McCann Erickson.
Um novo profissional da comunicação
quinta-feira, 16 de agosto de 2007
MediaOn
Na ocasião, diversos profissionais de comunicação e tecnologia debateram assuntos pertinentes ao presente e futuro do jornalismo na Internet. Vale destacar a participação do "futurista" do NYTimes, Michael Rogers; o Managing Editor da CNN.com, Kurt Muller; a Diretora de Novas Mídias da BBC, Sally Thompson e por aí vai. O painel 3 vem ao encontro da nossa posição, abordando mudanças na formação e atuação dos jornalistas. Já o painel 5 aborda o jornalismo colaborativo e o impacto de blogs.
Bom, tá aí minha dica pra quem quiser um material multimída de estudo e atualização. Acessa aí: http://mediaon.terra.com.br/mediaon/?page_id=3
P.S: É a minha estréia em blog, então, desculpa qualquer erro de formatação e tal.
quarta-feira, 15 de agosto de 2007
Link no site do curso
Momento conceitual
TEMPO
É o transcurso, a sucessão de eventos e sua trama.
PERÍODO
Pedaço de tempo submetido à mesma lógica histórica, com a manutenção de suas estruturas.
ACELERAÇÃO CONTEMPORÂNEA
A banalização da invenção e de sua sucessão alucinante. São, na verdade, acelerações superpostas, concomitantes. Daí a sensação de um presente que foge. A aceleração contemporânea impôs novos ritmos ao deslocamento dos corpos e ao transporte das idéias, mas também acrescentou novos itens à história.
ESPAÇO
O meio, o lugar material da possibilidade dos eventos. É composto por sistemas de objetos e sistemas de ações.
MUNDO
Soma, que também é síntese, de eventos e lugares.
TECNOESFERA
É o resultado mais visível da artificialização do meio ambiente.
E, já que estamos conceitualizando, insiro mais dois, por conta e risco:
CIBERESPAÇO
O termo, fusão de cibernético com espaço, foi criado por um escritor canadense de ficção científica chamado William Gibson em 1984 no seu livro Neuromancer. Pierre Lévy cita o ciberespaço como sendo uma grande rede interconectada mundialmente, com um processo de comunicação "universal" sem "totalidade". Elias Machado, por sua vez, define o ciberespaço como um lugar existente graças a mediações tecnologicamente estabelecidas, onde se estabelece o jornalismo digital. Com ou sem “y”, tanto faz. Deriva daí o ciberjornalismo, cujo conceito estudamos em aula.
VIRTUAL
A palavra virtual vem do latim mediavel virtualis, derivado por sua vez de virtus, força, potência. Na filosofia escolástica, é virtual o que existe em potência, e não em ato. O virtual tende a atualizar-se, sem ter passado no entanto à concretização efetiva ou formal. A árvore está virtualmente presente na semente. Por isso se afirma que o virtual não se opõe ao real, e sim ao atual.
terça-feira, 14 de agosto de 2007
Sobre McLuhan e Innis
E, pois...
Ainda que Innis, ao menos por aqueles lados, seja talvez mais famoso que o McLuhan, este, bem ou mal, viu seus livros publicados em várias línguas e chegou a virar moda em algum lugar do passado, o que não aconteceu com o primeiro.
Ocorre que a obra de Innis não apenas é anterior à de McLuhan como pode ser considerada pioneira, porque seminal, no estudo o jornalismo digital.
Há dois textos que julgo interessantes para quem quiser saber mais sobre o moçoilo.
O primeiro é do Elias Machado e se chama "A contribuição de Harold Innis para o estudo do jornalismo Digital". O segundo é de Gaëtan Tremblay, foi traduzido por Cristiane Freitas Gutfreind, e se chama De Marshall McLuhan a Harold Innis ou da Aldeia Global ao Império Mundial. Contextualiza a relação entre os dois autores.
Ia esquecendo: na sexta teremos aula na 306 novamente.
E dêem uma olhada nas fotos lá embaixo.
Acho que ficaram mais interessantes agora.
No mais, uma boa noite a todos.
Pequeno Manual Prático e a Galinhagem, Claro
1) O que é virtual?
Podemos explicar o virtual através do Grêmio. Quando ele está lá na zona de rebaixamento, mas ainda faltam duas rodadas para o campeonato acabar, aparece um matemático zé-ninguém e diz: o tricolor está virtualmente rebaixado. Como se trata do Grêmio, logo ele poderá constatar que o virtual se tornou real.
2) O que é espaço?
Existem milhões de formas de explicar o espaço. Poderíamos começar falando do cérebro de alguns estudantes de jornalismo. Mas geralmente espaço é aquilo que você achava que tinha entre o SEU carro e o carro de trás, na hora que vocês estava estacionando.
3) O que é webjornalismo?
Todo mundo sabe que web, traduzido para o português é rede ou até mesmo teia. Portanto esse tipo de jornalismo se aplica a duas vertentes. A primeira que é a rede são os tablóides ingleses, campeões em fazer redes de intrigas. O segundo, teia, se refere ao jornal Daily News, veículo em que Peter Parker - sim, o Aranha - trabalha. Teia, aranha.. pegaram? Pegaram?
4) O que é ciberjornalismo?
Ciber refere-se à robôs. E todo mundo sabe que robôs não tem coração. Logo o ciberjornalismo se refere à grande maioria dos blogueiros, ao Cid Moreira - que na condição de morto, já não possui mais órgãos vitais - e ao R2D2 e ao C3P0 que fizeram um fanzine na época do Star Wars.

Véi, tu tirou um zero DESSE tamanho.
Espero que este pequeno manual tenha auxiliado vocês, caros amigos. Nas próximas semanas explicarei o que é pedantismo. Para tal, convidarei o meu amigo Carlos Spohr pra dar uma palestra.
Ah, galera não deixei de visitar meu blogue. Podem me xingar por lá mesmo!
Abraço à todos.
segunda-feira, 13 de agosto de 2007
Homem e máquina em um só
É importantíssimos estudar o jornalismo sob a ótica do ciberespaço. Sabemos - e vamos aprender ainda mais na aula do dia 17 - o quanto o computador e a internet modificaram o fazer jornalístico. Além de tudo o que já aconteceu, há previsões espantosas sobre essa relação entre homem e máquina: os dois vão ser um só.
No Fantástico deste domingo - dia 12 - o cientista inglês Kevin Warwick mostrou o que o implante de um chip pode fazer em benefício - será? - dos homens. Além disso, ele prevê que no futuro crianças com chips implantados no cérebro vão aprender rapidamente o que levariam anos estudando na escola. Assim como Francisco Rüdiger, o cara acredita que homens e máquinas estarão unidos, serão um só ser, superior ao que hoje conhecemos como raça humana.
Leia mais sobre a matéria do Fantástico:
http://fantastico.globo.com/Jornalismo/Fantastico/0,,AA1609063-4005,00.html
domingo, 12 de agosto de 2007
Para a próxima aula
sábado, 11 de agosto de 2007
Estamos on-line, moçada

Seguinte: para quem não sabe a que viemos, a idéia aqui é ampliarmos o ambiente da sala de aula para além da própria, exercitando a linguagem jornalística em uma perspectiva de web.
Neste sentido, muito legal a referência do Spohr ao filósofo Pierre Lévy, que estará por estes lados por ocasião do seminário Fronteiras do Pensamento e sobre quem a Zero deste sábado publicou duas páginas.
Lévy é importante para nosso propósito basicamente porque, ao lado de Jean Baudrillard, representa uma espécia de pensamento-fundadante quando o assunto é "novas tecnologias". Bueno, os dois são da filosofia e têm muito pouco a ver com o jornalismo, mas eles pensaram - de um lado de forma "integrada"; de outro, "apocalíptica", para nos valermos da categorização daquele famoso livro do Umberto Eco, com o perdão do adjetivo - teoricamente o que estava acontecendo no mundo a partir da chegada dos computadores e, mais especificamente, da internet. Há, ainda, de se falar de Virillio e Lyotard, mas minha filha quer que eu repasse o tema de biologia (socorro!), de formas que isso terá de ficar pra depois.
Por hora, indico dois livros do Lévy (estão publicados pela Editora 34): As tecnologias da inteligência e O que é o virtual? Há outros, mas estes são os mais importantes.
Abraço a todos.
Será que a passagem de um período primário em que webjornalismo era praticado com as simples transposição do jornal impresso, para um estágio em que os sites de informação on-line demandam interatividade e velocidade de informação face o tempo presente, é conseqüência apenas da evolução tecnológica do suporte? Quais as transformações sociais que estariam acompanhando essa evolução do jornalismo on-line? Levy responde: “Podemos falar em um tipo de aceleração de processos, todos os tipos de processos, incluindo o conhecimento, a economia e a política. As coisas são rápidas, e isso não é causado pela Internet, ela é apenas um dos vários fatores que contribuem para acelerar todos os processos culturais e sociais”. Ora, se a velocidade dos fatos acelera, a transformação desses fatos em notícia também acompanham essa aceleração.
Outro ponto a se observar é a questão da memória. Segundo o conceito acadêmico de que todas as tecnologias de comunicação são extensões dos sentidos humanos, a tecnologia que consolida o quarto período jornalístico (digo consolida porque não me refiro ao computador em si, mas ao surgimento de um ciberespaço) é a extensão de todos os sentidos ao mesmo tempo (questão multimídia da internet), e mais importante do que isso, a extensão da memória. Pierre Levy diz na entrevista: “A memória não é algo que está em nosso cérebro. Memória é tudo que podemos recordar. Então podemos recordar memórias do nosso cérebro, mas também podemos recordar de livros, de bibliotecas ou da web. Acho que uma das mais óbvias conseqüências do advento do ciberespaço é a documentação da memória.” Creio que estão dadas as cartas para a formação de uma memória de fato coletiva e cronologicamente abrangente. A partir do momento que essa memória se solidifica e passa a servir de base de dados para a própria escrita da história, vem a inquietação: será que a questão chave da transposição do terceiro para o quarto estágio do jornalismo on-line não estaria justamente no que concerne à semântica do conteúdo jornalístico, mais do que da própria maneira de se fazer jornalismo on-line, ao meu ver já totalmente definida no terceiro período? Será que a formação de uma cibermemória coletiva (conseqüência do processo de inclusão digital) não demandaria dos responsáveis pela produção de webjornais um aprimoramento no que tange à profundidade de análise dos fatos, em detrimento da preocupação excessiva com o presenteísmo do que é veiculado?
Levy traduz, eu indago; nós não dormimos à noite.