Muito oportuna a sugestão de site da colega Nicole, referente ao MediaOn. A navegação pelo site permite-nos ter acesso e interagir com as discussões mais atuais que envolvem toda esta revolução digital e mudanças no perfil do profissional da comunicação.
Faço esta reflexão a partir do texto "Revolução Digital cria novo profissional da comunicação". Podemos considerar-nos privilegiados ao praticar no meio universitário com estas novas ferramentas que estão modificando a atuação do jornalista. Quando o diretor da agência Reuters (no texto em questão) afirma que é necessário mudar o currículo das universidades, estamos um passo a frente ao debater estes temas e aprender na prática, interagindo com o novo meio, discutindo a comunicação em sites e bloggs jornalísticos. Lambida Digital é responsável pela minha inserção no meio bloggeiro, permitindo o treinamento com as ferramentas específicas.
Novos paradigmas jornalísticos estão surgindo a partir do jornalismo na internet, como o tempo real, a interatividade e a questão multimídia. Esta revolução exige ainda mais versatilidade por parte do jornalista.
Para este novo perfil o jornalista precisa, além de ter uma boa linguagem e redação, atuar com ética própria e, especialmente, ter muita cultura geral, porque a instantaneidade coloca-lhe constantemente diante de novos desafios. O repórter passa, em muitos casos, a acumular a função de editor dos próprios conteúdos. Mais do que isso, o jornalista precisa interagir diretamente com o receptor. É necessário "conversar" com o público. E isso exige muito mais qualificação, postura e argumentos. Da mesma forma, o receptor expressa-se, passando a emissor.
Por um lado, o jornalismo tende a deixar de ser monopolizado. Talvez seja a maneira mais rápida e eficiente de democratizar a informação e expressão. Entretanto, isso coloca em debate outras questões ainda muito discutíveis, como a procura maior por determinados sites e a questão da credibilidade da fonte emissora como fator determinante para as escolhas dos leitores.
As mudanças são constantes e rápidas, na velocidade da rede. E todas estas transformações interferem diretamente na nossa formação e atuação como jornalistas. Precisamos refletir sobre qual o diferencial que teremos para conquistar nosso espaço neste meio "saturado" de informações?
Além de acompanhar a velocidade da informação, temos que encontrar tempo para estudar, refletir, ler, pensar e aprender a fazer diferente, não esquecendo da tão importante criatividade na prática jornalística. O que chamava a atenção ontem, continua sendo a vantagem hoje e certamente será no amanhã, diante de tanta notícia, é o diferente, o inusitado, a verdadeira novidade. Esta, por ironia, na maioria das vezes podemos encontrar nas coisas mais simples do cotidiano. Mas como estamos já "viciados" em visualizar o normal, às vezes não enxergamos como oportunidades diante de nossos olhos. Mais do que profissionais velozes, precisamos ser jornalistas pensantes e ativos na sociedade.
Creio que estamos no caminho certo, ao abrir esta discussão pública, que possibilita real interação e grande troca de experiências entre estudantes e professores, o que deveria ser um dos nortes dos estudos no meio acadêmico.
Haja tempo para tudo isso! Até parece que todas as nossas dificuldades se resolveriam com mais tempo, inclusive a tarefa de escrever algo diferente para contribuir com este aprendizado coletivo às vésperas de mais um encontro semanal.
Até amanhã (aliás hoje) colegas...
3 comentários:
Em tempo:
Além das características sugeridas, é interessante pensar que as recomendações de um dos jornalistas considerado entre os "mais importantes da história do País" (Joel Silveira, falecido no dia 15, aos 88 anos) continuam sendo importantes e permanecerão necessárias na prática destes novos modos de fazer jornalismo.
Ele afirmou que para ser um ótimo jornalista é preciso: PACIÊNCIA, PERSISTÊNCIA e SORTE.
Bom dia, Luciana.
Você faz ponderações muito importantes e maduras em seu comentário. Dentre tantas, eu destacaria o papel do jornalista no atual momento evolutivo. Ou seja, é preciso ser em pouco tempo o que antes éramos a partir de dez, 15 anos de prática e estudo. Como sugestão de leitura, indico o livro "Edição em jornalismo: ensino, teoria e prática", do qual eu participei como organizador e autor. Está referendado nas sugestões de leitura. A idéia é discutir, no livro, estes "novos lugares" nos mais diferentes suportes, que são decorrentes do aumento da velocidade e da compreensão espaço-temporal, principalmente a partir da internet. No que toca ao Joel Silveira, sem dúvida um dos grandes, eu acrescentaria, além de paciência, persistência e sorte, coragem. Grande abraço.
relacionando a questão da velocidade e de nossa formação, concluo que não apenas a notícia tem se tornado mais rápida, como também nossa necessidade de atualização teórica. Além da universidade nos dar embasamento, devemos estar cada vez mais voltados para busca de conhecimento,pois acredito ser o diferencial necessário a cada um de nós.
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