Trecho da coluna de Tatiane Klein publicado no dia 20/11/07.
Há três anos chefe da Seção de Informações Públicas do Centro de Comunicação Social do Exército (CCOMSEx), o coronel Fernando Cunha Mattos conta histórias do genocídio de Ruanda e da campanha no Haiti – e o faz com admirável articulação. Até Audálio Dantas, representante da Associação Brasileira de Imprensa na coletiva, elogia as falas didáticas do militar. Os estudantes de Jornalismo do Projeto Repórter do Futuro conheceram o Exército como fonte organizada de informação e terminaram cientes do capital que hoje são as mídias para as instituições militares.
O coronel é da Artilharia, mas não fala de canhões: relata o início de um processo de abertura midiática das Forças Armadas a partir da percepção de que elas são instituições de alta credibilidade no seio da população, mas com baixa visibilidade. Hoje, "a instituição deixou de ser aquele grande mudo", afirma. Esta abertura, entretanto, não está no plano da explicitação das verdades inteiras – na entrevista, ele garante um máximo de sinceridade, mas assuntos ligados à censura, por exemplo, passam escorregadios.
A criação de assessorias de imprensa na maior parte dos Comandos Militares, a permissão para acompanhamento de missões e até a edição de materiais informativos sobre aqueles que se arrogam o papel de "braço forte e mão amiga" é a principal forma de angariar essa desejada visibilidade. A política de comunicação, segundo o coronel, decorre da falta de recursos para pagar propaganda.
http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=460CID002
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário