Trecho retirado da revista "Verso e Reverso" (Cicilia M. Krohling Peruzzo) da Unisinos.
À medida que o webjornalismo avança, mais se conhece sobre as múltiplas facilidades interativas que as tecnologias digitais, nomeadamente a internet, oferecem. Ao mesmo tempo, evidenciam-se outras alterações significativas nos processos de produção, difusão e consumo jornalísticos, se comparados com aqueles dos suportes tradicionais.
Referimo-nos às transformações relativas às rotinas produtivas de um jornal, ao produto que perde a característica analógica e ao estabelecimento de novos contratos sociais de leitura, motivadas pelos mecanismos da interatividade, apontadas por Sérgio Capparelli (2002, p. 8) em estudo sobre jornalismo online.
Partindo de Roger Chartier (1998), Capparelli (2002, p.18) chama a atenção para o fato de que, no jornalismo online, um produtor de texto pode ser o editor do texto no duplo sentido - de dar-lhe forma definitiva e daquele que o difunde a um público de leitores, num processo em que, graças à rede eletrônica, a difusão é imediata.
Portanto, é evidente o contraste com o padrão instituído pela revolução industrial da imprensa em que os papéis do autor, do editor, do tipógrafo, do distribuidor e do livreiro estavam claramente separados (Chartier, apud Capparelli, 2002, p. 19).
As rotinas produtivas de um jornal são modificadas também pelos mecanismos de interatividade potencializados pelas tecnologias digitais, na medida em que o contato com o usuário é facilitado através de vários mecanismos, tais como o correio eletrônico, chats, fóruns, grupos de discussão, entrevistas online e a disponibilização de informações suplementares aos fatos noticiados etc. Trata-se de um feedback, porém enriquecido com a abundância de informações e maior liberdade de expressão, o que contribui para modificar a prática jornalística do emissor. A participação direta do leitor, melhor, do usuário ativo, além de fornecer idéias, críticas e informações ao produtor de texto jornalístico, tem o potencial de interferir na constituição dos contratos de leitura entre emissor e receptor - contratos expressos tanto na linha editorial como nos mecanismos de hipertexto que são cada vez mais colocados à disposição do leitor.
http://www.versoereverso.unisinos.br/index.php?e=1&s=9&a=3
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