Um artigo de Ricardo Nunes, publicado em 20 de junho de 2005 no site www.webjornalismo.com, já discutia a construção da narrativa de notícias da web. Embora escrito há mais de dois anos, o artigo traz aspectos importantes do "escrever para web" e comprova que o processo de adaptação a esse novo jornalismo ainda é lento.
No webjornalismo, as escolhas e decisões estão cada vez mais na ponta dos dedos - no mouse - do público, muito mais ligada às preferências individuais. Por isso, segundo Nunes, usar os mesmos métodos de construção da notícia impressa significa não estar conforme com o novo media e desenvolver um trabalho de qualidade e eficácia altamente duvidosas.
O autor também afirma que os meios eletrônicos, com sua capacidade hipertextual, podem ser mais eficientes na veiculação de informações do que os meios tradicionais e a pirâmide invertida.Portanto, o webjornalista deve organizar suas notícias de forma que seja possível utilizar a hipertextualidade a seu favor, permitindo a navegabilidade no interior do documento, mas também abrir fronteiras para o exterior. O webjornalismo se faz de múltiplas ligações, da conjugação de vários recursos em busca de um produto equilibrado, do ponto de vista dos conteúdos, e agradável, do ponto de vista estético e formal.
A notícia para web deve ser não só de conteúdo interessante e de credibilidade, mas também a forma de apresentação dessa notícia deve ser organizada e atratativa. Deve ser bem estruturada, ir objetivamente ao seu alvo de atuação, descrever com rigor e síntese os episódios que a constituem, revelar organização interna, apresentar os elementos de forma lógica. Tudo isso aproveitando as potencialidades da web e a possibilidade de incluir abordagens particulares, sendo um convite constantes à exploração informativa.
Outra questão importante levantada por Nunes é a brevidade da notícia. Ela precisa ser organizada de modo a permitir uma leitura rápida, já que diante do computador a capacidade de leitura e compreensão fica mais reduzida. O público utiliza a visão como um scanner, em vez de ler a notícia, identifica blocos e estímulos ao longo da narrativa.
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